Feira Popular

-Por favor - pediu Dean com os seus olhos azuis pestanudos a olhar para mim.
-Está bem, mas a tua mesada vai para mim - disse. Ele sorriu estendendo-me a mão e eu apertei-a assentindo com a cabeça. Paguei-lhe um bilhete na montanha russa e assim que o vi entrar fui sentar-me num banco, no meio da feira popular. A minha mãe tinha-nos dado um dinheiro extra para virmos cá, disse que também nos precisávamos de divertir, apesar da minha má vontade.
Juntei as sobrancelhas quando ouvi um berro mais perto do que os berros que se ouviam da montanha russa. Ouvi-o de novo e percebi que não era mesmo um berro de nenhuma das diversões dali. Olhei em volta, seguindo o som dos berros que ouvia e dei por mim a olhar para um homem a agarrar uma rapariga pelo pescoço. -Hei - gritei para chamar a atenção e saquei da minha navalha, agarrando-o pelo pescoço, encostando a lamina perto da sua jugular. - mete-te com pessoas do teu tamanho.

-Se te aproximas mais de nós eu separo-te a cabeça do corpo - disse-lhe não o deixando ir sem lhe rasgar o braço. -Pelo menos ia ter qualquer coisa com que se entreter sem ser matar pessoas. - E tu? Estás bem? - perguntei colocando a minha navalha de lado na sapatilha, assim estava sempre lá e as outras pessoas não ma roubavam. Olhei para a rapariga, que estava sentada a tossir e reconheci-a. Era a rapariga que tinha roubado no outro dia.

Sorri quando me agradeceu, ela que se lembrasse disto para o resto da vida dela, porque agora me devia um favor. Levantei as sobrancelhas quando me perguntou se a andava a sorrir e soltei uma gargalhada, ela estava a gozar certo? - Estás na minha villa - anunciei - claro que não te ando a seguir - fiz uma careta abanando a cabeça.

Revirei os olhos, eu tinha-lhe salvo a vida e ela estava a resmungar por causa daquilo? - Tens a noção do que se acabou de passar? - perguntei-lhe não lhe dando tempo de responder - e ainda guardas rancor? - abanei a cabeça e agarrei-lhe no braço antes que caísse desmaiada - anda comigo - pedi num tom de resmungo e levei-a até uma rolotte, sentando-a numa cadeira enquanto eu fui comprar-lhe uma garrafa de água.

Revirei os olhos, não teimando mais nesse assunto, uma coisa era certa, ela não tinha chamado a polícia, pelo menos, ela ainda não me tinha apanhado, por isso não era assim tão má quanto eu pensava. Ofereci-lhe a garrafa e deixei o dinheiro dela ficar em cima da mesa - eu comprei a garrafa, não quero dinheiro teu. - disse de braços cruzados, sentado numa cadeira ao seu lado. - considera um pedido de desculpas, ou o que quer que queiras por aquela comida. - encolhi os ombros, pouco preocupado.

Olhei para o dinheiro e abanei a cabeça -Não pego - não ia aceitar a porcaria do dinheiro dela de maneira nenhuma. Cruzei os braços enquanto a olhava, e soltei um riso que logo foi abafado - eu avisei-te para teres cuidado.

Suspirei de alívio por não voltar a insistir na questão do dinheiro. Apesar do meu ar arrogante e mau eu não gostava de roubar, por isso não ia deixar que me pagasse nada, como espécie de recompensa, tal como lhe tinha dito. Fiz uma careta quando disse que tinha sido puxada. - Foste puxada? - perguntei para ter a certeza que tinha ouvido bem -estás a dizer-me que te andam a seguir? - levantei as sobrancelhas. É que não via outra explicação para isso.

-Psicopatas? - perguntei com uma careta - os psicopatas não anda por aí a matar pessoas num sítio público a arriscar-se a ser descoberto - disse-lhe encolhendo os ombros - se calhar os teus pais fizeram algo de mal - comecei a inventar e abanei a mão ao meu irmão, que já tinha saído da montanha russa e anda à minha procura.

-Os psicopatas são inteligentes, não andam por aí a matar pessoas - resmunguei com um revirar de olhos - e desculpa lá se te insultei - abanei a cabeça e, quando o meu irmão se aproximou, uma peça igual a mim, com os meus olhos azuis e o cabelo castanho escuro, dei-lhe uma moeda para ir comprar o que quisesse.

Abanei a cabeça enquanto olhava para a garrafa de água dela e desisti desse assunto. - Eu estava a só a supor. Sabes, é melhor teres calma contigo, eu acabei de te salvar a vida - disse já irritado com aquela situação. Olhei para trás quando o meu irmão veio ter comigo com um pacote de batatas fritas e puxei-o para o meu colo - meu filho não é - respondi.

-Eu não estava a julgar ninguém, estava só a dizer algo completamentamente ao ar - abanei a cabeça e respirei fundo antes que aquilo desse para o torto. O meu irmão olhava para nós os dois de um para o outro, enquanto comia. - o mesmo posso dizer de ti - fiz uma careta - acho eu - levantei-me - para a próxima tem cuidado para onde andas que os psicopatas podem andar por aí. - abanei a cabeça preparando-me para sair dali.

Eu só tinha dito uma coisa de nada, só estava a supor algo, não era suposto magoar ninguém. Revirei os olhos agarrando na mão do meu irmão, visto que ele estava todo histérico e queria andar em todas as diversões. - óptimo, para a próxima já não vou estar lá. - puxei Dean para irmos mas tive que me virar para trás, para responder à rapariga.-Evan.