Gelataria

Eu gostava bastante de Mine, imaginava-me ali a viver quando era mais nova mas... eu não podia ter certezas de nada. - Sim, tens razão, eu vou encontra-lo ou não me chamo Arya Lannister - sorri-lhe e fiz o meu sorriso parecer inocente quando a vi olhar-me - oh, acredita, eu sou muito má - ri-me entrando dentro de uma gelataria e encolhi os ombros para responder à sua pergunta - consigo ser bastante adorável, qualquer pessoa me atura. - ri-me.

Olhei em frente, vendo ao longe a gelataria e apressei ligeiramente o passo. Uma das coisas que mais gostava em Mine era o facto de as coisas ficarem tão perto umas das outras, já para não falar da bela paisagem daquela cidade, era das coisas que mais gostava e que mais me cativava. Desviei depois o olhar para Arya, sorrindo face à forma como falou e assenti, esticando-me até lhe dar um beijinho na bochecha.
- Assim é que eu gosto de te ouvir falar.- murmurei, semicerrando os olhos logo de seguida, face às coisas que dizia.- até podias arranjar alguém, mas não ias gostar de ninguém como gostas de mim.- disse, não me importando muito se soava convencida.- nem ninguém ia gostar de ti como eu gosto, afinal, és a minha melhor amiga por alguma razão.- empinei o nariz, sorrindo-lhe logo de seguida. Podia estar a dizer-lo num tom de brincadeira, mas não deixava de ser verdade, a nossa amizade era bastante importante para mim, Arya era como se fosse uma irmã para mim.

-Nunca - disse com um sorriso inocente, como se estivesse a dizer que não era verdade, mas era. Bea era minha irmã, não substituía Robb, apenas aumentava a família. - Eu sou a tua melhor amiga e a melhor amiga de sempre - disse soando um pouco convencida mas não me importei. Entrei dentro da primeira gelataria que encontrei e olhei para o rapaz que estava por detrás do balcão. Sempre que ia a Mine tinha um certo medo de me meter com rapazes de olhos azuis, não queria manter incesto, mas aquele era loiro por isso, não me importei de lhe sorrir e inclinar sobre o balcão - um cone com duas bolas. Morango e baunilha - fingi que aquilo não tinha soado a outra coisa, com um sorriso inocente e fiquei à espera que me servisse.

Dirigi-lhe um olhar mal humorado, quando ela tentou dar a entender que o que eu tinha dito era mentira, mas nem me dei ao trabalho de dizer nada, visto que sabia perfeitamente que ela estava a brincar. Entrei na gelataria ao seu lado, colocando os óculos de sol sobre a cabeça e dirigimos-nos logo até ao balcão.
- Claro que és a melhor amiga de sempre.- disse, enquanto olhava para os gelados.- também não tenho mais nenhuma.- foi a minha vez de a gozar, encolhendo os ombros, mas logo levantei o olhar para ela, quando a ouvi pedir o seu gelado, de forma tudo menos inocente. Ri-me, abanando a cabeça, mas nem liguei, eu já a conhecia demasiado bem para me dar ao trabalho de lhe dar na cabeça.- para mim pode ser de morango e chocolate.- disse, apesar de achar que o empregado não me prestou atenção nenhuma, por causa de Arya, claro.

Afastei-me do balcão para pegar no cone que tinha feito para mim e dei-lhe uma quantas moedas para pagar os nossos gelados. - Deixem estar, é de graça - estendeu-me as moedas, e eu peguei-as olhando para Bea com um sorriso malandro, não agradecendo ao rapaz por mero esquecimento, tinha demasiadas coisas na cabeça - anda, vamos dar uma volta, não me apetece ficar aqui sentada - apontei para a porta da saída com a cabeça

Agarrei no meu cone de gelado, assim que o empregado mo esticou, e dirigi-lhe um leve sorriso como agradecimento, preparando-me para pagar, caso Arya não se tivesse antecipado. Dei uma lambidela no mesmo, sorrindo por ser tão docinho, mas os meus olhos arregalaram-se logo de seguida, assim que ouvi o rapaz recusar o dinheiro de Arya. Desviei o olhar para ele, levantando apenas uma sobrancelhas enquanto me ria. Eu não sabia como é que ela fazia aquilo, mas a verdade era que os rapazes ficavam sempre todos caidinhos por ela, bastava um sorriso e pronto.
- Obrigada.- agradeci, visto que por alguma razão ela não o fez, e segui-a até à saída, assentindo quando me pediu para irmos dar uma volta.- tu é que mandas.- pisquei-lhe o olho, voltando a colocar os meus óculos enquanto andava ao seu lado e acabei por olhá-la.- tens de me ensinar como é que fazes isso.- murmurei.- tens de me ensinar como é que fazes para teres gelados de borla.- ri-me, debruçando-me até lhe roubar um bocadinho do seu.

A casa dela ficava perto da estação de comboios, por isso, foi para lá que me dirigi. Ir de comboio até Mine era muito mais rápido do que ir de carro. Cheguei lá eram quase quatro da tarde, a minha mãe devia estar a entrar para o seu mais recente trabalho. Tinha conseguido um emprego na gelataria, a fazer limpezas. Não gostava que ela se andasse a esforçar tanto, mas era necessário, ainda para mais, com esta semana sem fazer nada não tinha alternativa.
Suspirei passando as mãos pelo cabelo, puxando o cabelo para trás. O que Mia me tinha dito não saía da cabeça e, acho que ficava ainda mais irritado só de pensar nas coisas que lhe queria dizer. Ela estava a ser injusta... Injusta e mimada. Pela primeira vez, podia dizer que isso era verdade, que ela estava a ser mimada.
Fiz uma careta quando senti o meu corpo embater noutro e o meu peito ficar subitamente mais fresco e levantei uma sobrancelha ao perceber que tinha ido contra alguém. Estava tão entretido a olhar para o telemóvel que ela me tinha dado e a pensar em coisas que não devia, que nem tinha reparado onde é que já estava. - Boa - resmunguei alto, mas para mim - agora vou ter que mandar limpar esta porcaria. - olhei para a rapariga que tinha ficado sem gelado e aos poucos fui reconhecendo a sua cara. Afastei-me dela, vendo que estava com uma amiga que começou a rir mal me viu - Tinhas que ser tu - comentei no mesmo tom mais com uma ponta de ironia.

-O meu truque é ser sexy - disse encolhendo os ombros, como se fosse algo natural. Eu não era o tipo de pessoas convencida, mas quando estava bem disposta gostava de gozar comigo própria e brincar com certas situações. Levantei uma sobrancelha quando vi um rapaz todo desorientado a vir na nossa direção e ainda tive tempo de me afastar, mas Bea não - e é a isto que eu chamo: ironia do destino - comentei rindo e olhando para o rapaz que estava todo sujo. De alguma forma ele prendeu-me o olhar. Era giro e isso tudo, mas não era bem assim, era uma sensação estranha e familiar. Mordi o interior da bochecha, ligeiramente incomodada e como percebi que tinha eles se conheciam dei um passo para trás, olhando em volta e, alguém conhecido vinha na minha direcção oposto à minha- já volto Bea - disse correndo na direcção da praia.

Ri-me com a resposta de Arya, e com a naturalidade com que ma deu, mas não tive tempo de lhe responder porque, de alguma forma que ainda não conseguia perceber, o meu corpo foi contra um outro, antes que eu tivesse tempo de abrir a boca. Arregalei os olhos, sentindo o meu gelado escorregar-me das mãos e, assim que olhei em frente, já só o vi ir parar à camisola de quem quer que fosse que estava à minha frente. Mordi o lábio inferior com força, sentindo um calor repentino nas bochechas, por estar bastante embaraçada, mas quando o meu olhar foi subindo aos poucos até à cara da suposta pessoa, todo o embaraço passou. Eu já o conhecia, era Robb, um dos empregados da empresa do meu pai, ou melhor, o empregado mais arrogante da empresa do meu pai. Olhei pelo canto do olho para Arya, revirando os olhos com o que ela disse e endireitei-me antes de falar, ainda a olhar para ele.
- Se tu chamas ironia eu chamo azar.- respondi à minha amiga, assentindo quando me disse que já voltava.- não te preocupes, também não é nada agradável ter de te ver.- disse, num tom irónico, já a falar para ele e voltei a revirar os olhos, baixando-me para agarrar no guardanapo que estava caído e limpar as mãos.- obrigadinha por me teres acabado com o gelado.- sorri cínica.- não é por nada, mas para a próxima convém olhares por onde andas, xuxu.

Depois de um dia como aquele tudo o que menos queria era levar com ela. A miúda conseguia mesmo irritar-me, e o pai dela ainda conseguia mais. Suspirei passando uma mão pelo cabelo e olhei por uns segundos para o cone e, o resto de gelado que não estava na minha camisola, no chão. - Como se não tivesses dinheiro para pagar outro - revirei os olhos - não estás assim tão longe da gelataria - comentei vendo que estávamos mesmo ao lado da mesma. - Nunca te distraíste menina perfeita do papá? - perguntei com um tom tão cínico que não sei como é que eu próprio não tive nojo de mim próprio. Hoje estava sem paciência para nada e se ela puxasse muito por mim ia ser ela a levar com a minha raiva. Olhei para trás, para a amiga dela e apontei para ela com a cabeça - quem é? - perguntei, visto que nunca a tinha visto por ali.

O único motivo pelo qual ele me irritava tanto era pelo facto de achar que me conhecia, quando na verdade, muito pouco sabia sobre mim. Para ele, eu era uma menina rica que pouco sabia da vida..pois bem, mal ele sabia pelo que já tinha passado. Mas também, no que dependesse de mim, não ia ficar a saber, não era coitadinha nenhuma, não precisava que tivesse pena de mim. Revirei os olhos assim que fez o tipo de pergunta que só ele poderia fazer e atirei-lhe com o guardanapo para cima, cruzando os braços ao peito de seguida.
- Limpa-te e cala-te.- resmunguei.- ainda agora chegaste e já estou farta de te ouvir.- voltei a revirar os olhos. Vai na volta e ainda ficava com eles tortos por sua causa. Soltei um suspiro, deslizando os dedos pelo cabelo, mas logo tive de o voltar a olhar, assim que me chamou menina do papá.- vais continuar com isso durante muito tempo? - olhei-o, tentando não me exaltar face ao seu tom.- porque eu posso ter dinheiro, mas eu não sou como tu me pintas.- disse, apesar de já não ser a primeira vez que o fazia e só desviei o olhar da sua cara quando o ouvi perguntar-me algo. Olhei na mesma direcção que ele, percebendo que falava em Arya e encolhi os ombros.- é uma amiga minha.- respondi.- porquê? Achei que não te interessavas por nada que tivesse haver comigo.

Agarrei no guardanapo que ela me tinha mandado para o peito e limpei-me com cuidado, já sabendo que ia ficar com uma mancha e que ia ter que pedir à minha mãe para a lavar. E pronto, lá ia ela fazer perguntas sobre onde é que tinha arranjado aquilo. Suspirei com os meus próprios pensamentos e levantei uma sobrancelha com a pergunta que ela me fez - com o tempo que for preciso - respondi e endireitei-me para a olhar melhor - e como é que eu te pinto? - perguntei com um sorriso. - Vais dizer ao papá? - no início não lhe tinha achado muita piada, depois de conhecer o seu pai, mas agora o que mais gostava de fazer quando a via era mesmo gozar, mesmo não indo muito à bola com ela, devido às nossas repetitivas discussões. Voltei a olhar a sua amiga mordendo o interior da bochecha e voltei a olha-la com um revirar de olhos, devido à sua pergunta - ela não parece ser como tu. - respondi - e para além disso, tem olhos bonitos. - afastei-me dela e vi a minha mãe entrar na gelataria - ainda queres o teu gelado ou não? - perguntei num certo tom aborrecido.

Que ele tinha alguma coisa contra pessoas com dinheiro eu já tinha percebido, até porque, dado que ele trabalhava para o meu pai, eu sabia alguma coisa sobre ele, mas ele não me conhecia, como é que me podia julgar só pelo facto de ter dinheiro? Revirei os olhos de forma exagerada com as suas respostas, e só por si elas já me tinham irritado, o seu sorriso piorou ainda mais as coisas.
- Tu achas que só por ter dinheiro eu sou uma rapariga mimada que faz tudo o que os pais mandam e que, muito provavelmente, sou das pessoas mais fúteis que podes conhecer.- disse num tom seco.- mas eu já te disse: tu não me conheces, e não me venhas dizer que o fazes só porque os meus pais têm posses.- encolhi os ombros.- volto a dizer, tu não me conheces.- olhei-o, cruzando os braços ao peito e só desviei o olhar quando ele voltou a olhar para Arya.- é mais parecida a mim do que o que pensas.- respondi-lhe.- tanto que é a minha melhor amiga.- murmurei, apesar de não ter nada a ver com isso.- mas se quiseres posso apresentar-ta, pode ser que sejas menos idiota com ela.- foi a minha vez de lhe dirigir um sorrisinho irónico, para depois levantar ambas as sobrancelhas quando me perguntou se ainda queria o meu gelado.- porquê? Estás com intenções de mo pagar? - fiz uma pequena careta.

Cruzei os braços quando percebi que o que ela ia dizer se ia prolongar e comecei a fingir que a estava a ouvir, assentindo com a cabeça como se percebesse. Na verdade, estava a ouvi-la, só não queria ligar muito - tu sabes bastante do que penso, tem cuidado ou ainda faço as velhas acreditar que és uma bruxa - disse com um revirar de olhos - se relaxasses também não eras nada má pessoa sabias? - perguntei de forma retórica e, por isso mesmo, não esperei que me respondesse. - Não, não quero ter nada com a tua amiga, não precisas de ficar com ciúmes - sorri olhando para trás, para ela, que estava com outra pessoa. Voltei a olhar para ela só quando me perguntou se tinha intenções de pagar o gelado. - queres ou não? - perguntei

Estava mais do que visto que, por mais que eu lhe tentasse mostrar que ele estava enganado em relação a mim, ele não ia levar nada do que lhe estava a dizer a sério. Ele podia ser muito bonitinho, porque o era, mas aquele seu feitio tirava-lhe a piada toda. Cruzei os braços, ouvindo tudo o que me dizia, mas decidi ignorar grande parte.
- Se deixasses de ser tão estúpido não era nada má pessoa, sabias? - pisquei-lhe o olho, imitando o seu sorrisinho e voltei a ignorar as suas palavras quando disse que eu não precisava de ter ciúmes. Ele era tão irritante que eu só tinha vontade de lhe dar estalos para ver se acordava para a vida e parava de ser assim. Se bem, eu também não era nenhuma flor que se cheirasse. Coloquei os meus óculos sobre a cabeça, quando o voltei a ouvir falar no gelado e acabei por encolher os ombros.- se o aceitasse só te ia dar mais razões para pensares como pensas.- murmurei.- por isso, não, não precisas de me pagar nenhum.

-Mas eu gosto de ser estúpido, faz parte do meu charme natural que só pessoas inteligentes conseguem perceber - disse continuando com o meu sorrisinho quando a vi toda irritada por causa das coisas que eu dizia, era esse o meu objetivo, adorava vê-lo conseguido. Perdi logo a expressão quando ela disse que não queria o gelado que eu lhe podia pagar e revirei os olhos - oh por favor -reclamei - eu não penso de maneira nenhuma, tu é que levas tudo o que eu digo às sérias e não percebes que o meu objetivo é chatear-te - resmunguei. Bem, dependia das vezes, havia vezes que falava a sério. - Vens ou não? - perguntei apontando para a gelataria.

Assim que o ouvi dizer que ser estúpido fazia parte do seu charme e que apenas as pessoas inteligentes o percebiam, adivinhem o que fiz..sim, isso mesmo, revirei os olhos.
- Espero bem que não estejas a querer insinuar nada.- resmunguei, acabando por voltar a colocar os óculos e ia virar costas para ir embora, se não o tivesse ouvido resmungar, pouco depois de eu ter recusado o gelado. Levantei ligeiramente uma sobrancelha, voltando a virar-me na sua direcção e fiquei calado até que terminasse de falar.- sempre me pareceu que não conseguias resistir ao meu charme.- foi a minha vez de o picar, não conseguindo esconder um sorriso e, antes que ele começasse com as coisas dele, acabei por assentir à sua pergunta. Um gelado não ia fazer mal a ninguém, não é? E visto que Arya me tinha abandonado, sempre podia ocupar-me com alguma coisa.- vou.- murmurei.- não quero que fiques triste o resto do dia por eu não ter aceite.- dei-lhe uma palmadinha no ombro, assim que passei por ele e andei à sua frente até à gelataria.

-Nadinha - gozei com um sorriso inocente e revirei os olhos quando a vi colocar os óculos de uma forma toda pomposa. Ui sou chique. Cruzei os braços à espera que me respondesse sobre o gelado. Se me dissesse de novo que não, ia embora, não valia a pena insistir muito. - que charme? - perguntei fingindo e fingindo bem que não estava a ver charme nenhum. Levei as mãos aos bolsos e assenti quando ela aceitou o meu gelado - eu não fico a dever nada a ninguém. - disse-lhe e fiz uma careta quando me pousou duas vezes a mão no ombro - eu ainda não percebi, desculpa. És um bocado convencida demais ou és só... sei lá, assim... meio... aleijada. - toquei-lhe gentilmente nas costas para que não levasse aqui a mal e guiei-a até ao balcão, onde estava a minha mãe atrás do rapaz, a limpar. - Mãe, dá-nos um gelado a cada um.
-Sou eu que sirvo. - disse um rapaz com um tom de voz azedo.
-Sou eu que estou a pedir à minha mãe. - disse com um sorriso cínico.
-Oh filho, deixa o senhor trabalhar, eu estou ocupada - disse ela baixando-se para limpar melhor o balcão.
Voltei a virar a minha atenção para o rapaz e continuei com o meu sorriso - o meu é de morango e baunilha.

Apesar de estar ligeiramente mais à frente do que Robb, ainda o consegui ouvir provocar-me, o que me fez olhá-lo por cima do ombro, acabando mesmo por retirar os óculos.
- ''Tu é que levas a sério tudo o que eu te digo'', lembraste? - pisquei-lhe o olho, dando-lhe a entender que nada daquelas coisas que me tinha dito me tinham afastado e acabei por seguir a seu lado até ao balcão, vendo por detrás do mesmo o rapaz de à pouco e uma senhora mais velha. Levantei apenas uma sobrancelha, assim que ouvi Robb tratar a senhora por mãe e tentei não me mostrar muito surpreendida, apesar de não estar à espera que ela trabalhasse ali. Olhei depois para o rapaz, revirando os olhos pela forma como falou com Robb, por ter pedido à sua mãe que nos atendesse, e não consegui ficar calada.- pensava que a vossa política era ter o melhor atendimento para todo o tipo de clientes.- sorri-lhe da mesma forma que sorria para Robb.- mas já percebi que só és sorridente para aquelas clientes que te piscam o olho.- murmurei da mesma forma azeda que ele, tendo plena noção de que ia perceber que eu me referia a Arya e à forma como nos tinha atendido todo babado por causa dela.- posto isto, pode ser um gelado de baunilha e morango para mim também.- pisquei-lhe o olho, para o gozar, dirigindo depois um leve sorriso à mãe de Robb, assim que me olhou.

Desviei o olhar para a menina Beatrice quando decidiu falar para o rapaz e, pensava que se ia meter com ele, dizer-lhe qualquer coisa que o cativasse, mas não o fez, aliás, pelo contrário, deixa-o tão enervado que o pude ver ficar mais vermelho. Sorri ligeiramente enquanto ele nos servia sem dizer nada e olhei para ela. - Até era capaz de dizer que formamos uma bela equipa - gozei fazendo de seguida uma careta enquanto abanava negativamente a cabeça, para que ela percebesse que não era verdade. Agarrei no meu gelado de baunilha e olhei para a minha mãe, que me sorria. Não era um sorriso qualquer, tinha um sorriso todo maroto estampado na cara. Já a conhecia suficientemente bem para saber o que queria dizer. Ela ficava sempre assim quando me via com uma rapariga, mal ela sabia o quão mal eu me dava com Bea. Agarrei também no gelado dela e dei-lho, pagando de seguida - e pronto, agora não te devo nada.

Desviei o olhar para a menina Beatrice quando decidiu falar para o rapaz e, pensava que se ia meter com ele, dizer-lhe qualquer coisa que o cativasse, mas não o fez, aliás, pelo contrário, deixa-o tão enervado que o pude ver ficar mais vermelho. Sorri ligeiramente enquanto ele nos servia sem dizer nada e olhei para ela. - Até era capaz de dizer que formamos uma bela equipa - gozei fazendo de seguida uma careta enquanto abanava negativamente a cabeça, para que ela percebesse que não era verdade. Agarrei no meu gelado de baunilha e olhei para a minha mãe, que me sorria. Não era um sorriso qualquer, tinha um sorriso todo maroto estampado na cara. Já a conhecia suficientemente bem para saber o que queria dizer. Ela ficava sempre assim quando me via com uma rapariga, mal ela sabia o quão mal eu me dava com Bea. Agarrei também no gelado dela e dei-lho, pagando de seguida - e pronto, agora não te devo nada.

Estava de braços cruzados à espera que o rapaz me servisse o gelado quando ouvi o comentário que Robb fez, depois de eu ter acabado de falar. Juntei as sobrancelhas, olhando pelo canto do olho para ele e tentei não me rir, limitando-me a encolher os ombros.
- Eu trabalho o suficientemente bem sozinha, mas obrigada por admitires que até tenho algumas qualidades.- dei-lhe uma chapadinha na cara, sem medo algum.- pelos vistos estou a aprender contigo a ser uma verdadeira badass.- aí sim, soltei uma leve gargalhada e assim que me estendeu o gelado, agarrei no mesmo, comendo logo um bocadinho, ao mesmo tempo que o ouvia dizer que agora já não me devia nada. Tirei a colher da boca, olhando-o e virei-me de frente para ele.- caso não te lembres..- comecei.- eu estava acompanhada quando estava a comer o gelado.- falei calmamente, como se tudo aquilo fosse demasiado óbvio.- e visto que me afugentaste a companhia, é caso para dizer que sim, que ainda me deves uma coisa.- encolhi os ombros, com a expressão mais normal que conseguia fazer e estiquei a minha colher até ao seu gelado, tirando-lhe um bocado.

Fechei os olhos com uma careta quando ela me deu uma chapadinha na bochecha e virei-me para ela rindo-me - nunca vais ser nem verdadeira badass nem falsa - gozei com ela dando-lhe um pequeno encontrão, não a querendo magoar, não muito. Estava pronto para lhe dizer adeus e bazar quando ela me disse que ainda lhe devia algo, visto ter afugentado a sua companhia. Levantei ambas as sobrancelhas e dei uma gargalhada - tu queres a minha companhia - constatei. - que irónico, ainda à bocado me odiavas.

Comi mais um bocadinho de gelado, sentindo um encontrão da sua parte logo depois de o ter feito, mas não deixei que o que me disse me incomodasse.
- Olha que não foi isso que deste a entender ainda há pouco.- pisquei-lhe o olho, dirigindo-lhe um sorrisinho e aproveitei que a mesa ao nosso lado estava livre, para me sentar. Pousei o meu gelado sobre a mesma, levando uma outra colherada à boca e tive de levantar o olhar para ele assim que ouvi a sua gargalhada.- eu continuo a odiar-te, escusas de ficar com esperanças.- encolhi os ombros.- mas vês a minha amiga em algum lado? - fiz um gesto qualquer com a colher.- não pois não? - nem esperei que respondesse, visto que era óbvio.- então pronto, cala-te e senta-te.- murmurei, apontando com o queixo para uma das cadeiras.