Restaurante

Ri-me com o que o Kelly disse em relação ao pai dele - Não, o Benny pode ser muito simpático mas eu prefiro o filho. - disse sorrindo. Encolhi os ombros e bebi mais um gole de vinho - Não sei mas sinceramente depois do que aconteceu prefiro viver a minha vida sem me preocupar com isso.

- Não há dúvidas de que o filho o Benny é muito, muito melhor - exclamei, rindo-me descontraídamente  um pouco convencidamente também.  - Eu preocupo-me por ti.

- Nenhumas. - concordei com um sorriso nos lábios. Fiz uma careta com o que o Kelly disse a seguir e assim que acabei de comer a garfada que tinha levado novamente à boca, falei - Isso quer dizer que vais começar a fazer de casamenteira e tentar arranjar alguém para mim?

Ainda bem que ela não ia contradizer aquilo senão íamos retomar uma discussão amigável. Continuei a comer, deliciando-me com o sabor. De vez em quando ia bebericando o rosé. - Casamenteiro, não casamenteira. E se achar que é preciso, vou.

- Casamenteira porque isso é coisas de velhas, não de bombeiros jeitosos como tu. - disse em tom de brincadeira. Assim que acabei de comer, pousei os talheres no prato e agarrei no guardanapo para limpar a boca - Vais comer sobremesa? Eu estou indecisa entre a sobremesa ou as pipocas no cinema.

- Hoje em dia é coisa de toda a gente, até o Facebook já te alinha com pessoas - Não que eu fosse pessoa de andar no Facebook, mas sabia dessas coisas porque se falava no quartel - Porque não as duas? - Sugeri quando também acabei de comer.

- Eu não me importo de estar sozinha porque assim posso vir sair contigo. - disse-lhe enquanto lhe fazia olhinhos - Se eu arranjar alguém estes nossos encontros românticos deixam de acontecer. - pousei o guardanapo na mesa e encolhi os ombros - Só se me acompanhares nisso.

Depois das entradas, veio o prato principal. Depois do prato principal, vieram as sobremesas. Não sei se foi de quebrarmos ligeiramente o gelo entretanto, mas ela não teve tanta dificuldade em escolher esta última. O jantar tinha terminado. Estava à espera de algo melhor. Mas não ia desistir assim. Pela primeira vez, admitira a mim mesmo que estava com uma pancada por ela. Um homem a sério não tenta, um homem a sério consegue - Queres ir a algum sítio agora? - perguntei, enquanto não chegava a conta à mesa e ela não tinha desculpas para fugir.

- Podes sair comigo sempre que quiseres, Shay, quer estejas comprometida ou não - Relembrei-a - Vou ter sempre disponibilidade para ti, arranjo-te um tempinho da minha agenda muiiiiito preenchida apesar de já não ser nada romantico - Ri-me.  - E eu sou homem de não te acompanhar nisso?

Sorri com o que o Kelly disse mas encolhi os ombros com um ar despreocupado - Achas? Depois nem vais ter tempo para me meter na tua agenda ocupada. Vou ter que me meter em perigo e ligar o 911 para ter a tua atenção. - brinquei com um sorriso nos lábios - Então se me acompanhas, aceito comer sobremesa e depois pipocas.

Isso era algo que nunca iria acontecer. Eu ter sempre tempo para Shay, desse por onde desse. Ela era importante na minha vida e queria mantê-la nela. Isto, claro, eram coisas que nunca lhe diria, não fosse ela ficar toda convencida. - Vamos para a engorda. O que é que vais querer para sobremesa? Está ali um doce com chantilly a chamar por mim.

Encolhi os ombros com um sorriso nos lábios - Não faz mal irmos para a engorda que com todo o trabalho que temos e o treino que fazemos, amanhã já dêmos cabo destas calorias todas. - assenti com a cabeça e continuei a sorrir para o Kelly - Se chama por ti, chama por mim.

- Bom, eu dou cabo das calorias de certeza. Já tu? Olha que com a idade começa a ser difícil abater uns quilinhos a mais - disse no gozo - Então vamos a isso - Fiz sinal ao empregado. Quando ele veio até nós, pedimos uma taça do doce para cada um.

Semicerrei os olhos em direção ao Kelly - Até parece. - eu sempre tinha sido bastante magra e não fazia nada por isso, às vezes até comia demasiado. Acho que era uma coisa de família. Depois do Kelly fazer os nossos pedidos ao empregado foi um instante até que ele voltasse com os mesmos.

Eu só fazia estes comentários porque sabia que ela não tinha complexos com o seu corpo e ainda bem que assim era! O empregado trouxe as sobremesas e fiquei quase de olhos em bico - acho que vou comer a minha e ainda roubar a tua.

Abri a boca fingindo um ar chocado - Isso querias tu. - sorri ao empregando como agradecimento assim que ele nos trouxe as sobremesas e agarrei na minha colher para comer um bocado da mesma - Nem penses que deixo que comas da minha, isto está tão bom.

- Veremos.... - A sobremesa era realmente boa e eu estava deliciado. Era um guloso. Ainda bem que gastava bastantes calorias no trabalho. Terminei de comer a minha e reparei que ela ainda tinha um pouco. Tentei roubar-lhe um  bocado.

- Não vamos ver nada. - disse-lhe enquanto ia comendo a minha sobremesa. Reparei que o Kelly tinha acabado primeiro que eu e já sabia que ele ia tentar alguma coisa por isso não foi novidade quando ele estendeu o garfo em direção ao meu prato - Pára. - resmunguei batendo-lhe na mão.

Quando ela bateu na mão, eu avancei com a outra e roubei com o dedo um bocadinho do recheio de chantilly. Sorri vitorioso depois de o saborear - Viste?

Revirei os olhos com um sorriso nos lábios quando ele conseguiu roubar-me um bocado da sobremesa com a outra mão - Isso foi só porque eu deixei. - fiz um ar bastante sério para parecer real enquanto encolhia os ombros - E por causa disto agora vou ter de comer mais pipocas que tu.

- Tu não me deixaste - Ou se calhar até tinha deixado. Ri-me pois nunca iria admitir isso. - Estás-te a armar em durona. Achas que dás conta de um pacote XXL de pipocas? Porque é a única maneira de conseguires comer  mais do que eu.

- Deixei sim. - disse com um sorriso para ele achar que eu estava mesmo a falar a sério. Pousei a colher no prato assim que acabei a minha sobremesa e limpei a boca ao guardanapo antes de voltar a falar - Sabes que eu sou maluca por ver filmes e comer pipocas por isso posso apoderar-me do pacote e não te deixar comer nada.

Fosse o que fosse, eu ia manter a minha deixa de "não, não deixaste". Sorri divertidamente. agora que tínhamos os dois acabado de comer, era altura de pedir a conta. Fiz sinal ao empregado. - Vais obrigar-me a comprar um pacote só para mim, então.

Ri-me e encolhi os ombros - Pode ser que eu partilhe o meu pacote de pipocas contigo. - um sorriso apareceu-me nos lábios e foi alargando-se - Mas só um bocadinho, o resto é para mim. - olhei por cima do meu ombro para o empregado que vinha na nossa direção - Vamos dividir a conta, Kelly, nem penses em dizer que não.

- eu sei que vais ser uma querida e vais partilhar o teu pacote de pipocas comigo - fiz um sorriso garanhão, daqueles que convencia toda a gente - está bem, não vou dizer que não - assim foi. Partilhámos a conta e então finalmente saimos do restaurante.