Praia

Olhei-o por momentos e acabei por me rir de forma irónica, não para ele mas mais para a minha vida. - Já estou habituada e saltar de cama em cama. Todos gostam do que vêm mas depois cospem no prato onde comeram. Isso fode-me mas preciso de me "alimentar"! - Olhei para o mar. - Chama-se a lei da vida... - Encolhi levemente os ombros.

Acabei por pousar a minha cabeça nas suas pernas e olhei bem para cima. Bem, bem para cima. - Eu não vou cuspir no prato, porque nem sequer comi. - suspirei. - Tu sabes que sou fechado. Não vais gostar do que te tenho para oferecer na cama.

- És demasiado inseguro Danny, tens mais do que muitos têm. - Constatei olhando-o. - Estou há dias a tentar ir para a cama contigo e só me dás para trás, começas-me a deixar frustrada. - Admiti num tom divertido.

- Se te referes a dinheiro, um corpo awesome e miúdas giras atrás de mim, yah, tenho. - Fiz uma careta. Estava a tentar por um pouco de humor naquela conversa.
Mas Devin tinha razão em tudo o que dizia. - Tu és uma miúda super interessante. Mas como te disse, não sabes no que te metes. Não sou nada do que tu pensas, na cama.

Endireitei-me devagar e aproximei a minha boca da sua. - Porque é que te subestimas assim tanto? - Questionei enquanto tentava manter um contacto visual com ele. - Não te posso desmentir porque nunca experimentei mas também só quem experimenta é que sabe e tu não tens voto na matéria... - Sorri fofa e passei o meu nariz no seu.

- Porque sim. - sorri. A minha mão pousou pelo seu queixo e roubei-lhe um beijo. - Bem.. eu não sei se ficarias contente ao acordar com o corpo todo marcado, ou até mesmo a tua própria cara. Posso.. ser demasiado violento.

Ergui o sobrolho por breves momentos quando o ouvi falar em violência. - Bom isso soa-me a dominação. - Constatei com uma voz calma e serena. - De todo que não me parece bem mas também não me soa assim tão mal. - Admiti com franqueza. - Se souberes compensar a dor com prazer, por mim...

Eu fazia aquilo com mulheres mais velhas, que sabiam combinar a dor e o prazer. - É algo do género. - encolhi os ombros. Pelo menos, ela não era daquelas que se punha a criticar ou a olhar-me de lado. - Eu sei. Mas não te quero magoar. E depois, não faço muito sexo vanilla.

- Não sabes o que é bom. Passar horas num slow, omg mata-me tanto. - Mordi o lábio inferior e olhei o céu. - Podias abrir uma excepção para mim parceiro. - Opinei dando-lhe uma leve palmada no ombro.

Comecei-me a rir. - A minha praia é sem dúvida algo com mais adrenalina.. - e de todo, não estava interessado em coisas mais ''slow''. - Vou pensar no teu caso.

- És idiota então. - Resmunguei mimada e acabei por enfiar uma mão entre os seus cabelos. - Gostava tanto que confiasses mais em mim... - Admiti. Passava praticamente o meu dia todo com ele e pouco ou nada sabia de si. Era mal-humorado, inseguro e por vezes carinhoso, só quando queria e à sua maneira; mas da sua vida nada sabia e sempre que tentava lá chegar ele afastava-me como afasta todas as minhas tentativas de uma queca.

- Não sou idiota. Unf.. sou awesome. - abanei a minha cabeça. Não podia fazer nada aquilo. Eu não confiava facilmente nas pessoas e mesmo que quisesse, iria sempre ficar com um pé atrás. Mesmo que fosse Devin. - Se eu confiar, o que vais querer?

- Vou-te querer a ti! - Disse de imediato, olhando-o com um sorriso feliz e desafiador ao mesmo tempo. - Mas tu não deixas que ninguém chegue perto de ti, és pior que os bichos do mato. - Resmunguei.

- Logo vi. - revirei os olhos. Apreciava a sua insistência, mas por vezes, sentia-me cansado. - Não sou pior que um bicho do mato. Eu sou um bicho do mato.

Suspirei exausta com as suas tentativas de afastamento e elevei os braços rendida, remetendo-me ao silêncio e à minha insignificância no que tocava à sua vida. - Como queiras. - Acabei por dizer.

Também não a queria amuada ou chateada com aquilo. Não suportava isso. - Hey.. - puxei uma das suas mãos. - Porque é que fazes questão de te aproximar de mim? Já te disse, vou magoar-te..

- Tu também não me conheces assim tão bem. Estás sempre a dizer isso, irritas-me profundamente porque tens muita garganta mas no fim de contas ainda não fizeste foi nada. - Revirei levemente os olhos. - Matas-me a Beleza, a pouca que me resta. - Olhei para as pessoas que passavam à nossa frente.

Semi cerrei os olhos. Ela estava-me a tirar do sério. Caramba, porquê tanta insistência em mim? Ela podia ter quem quiser. - Ai é? - puxei-a pelo braço e fi-la olhar-me. - Queres que faça algo? Então vamos fazê-lo!

Sorri desafiadora enquanto o olhava nos olhos e deixei-lhe um beijo nos lábios, rindo-me no fim do mesmo. - Uau, uma atitude por parte do mister. - Provoquei-o.

Apertei-lhe um pouco mais o braço e lancei-lhe um olhar, que naquele momento, não estava para brincadeiras. Puxei-a contra o meu corpo e beijei-a intensamente.

Correspondi prontamente ao seu beijo, ignorando a dor que já sentia no meu braço e entranhei os meus dedos no deu cabelo, puxando-lho levemente. - Vamos para minha casa... - Mordisquei-lhe o lábio inferior.

Sorri maliciosamente, depois de os nossos lábios se separarem. - Nã.. nã.. nã.. vamos para a minha. - murmurei. Puxei-a novamente e depois de arrumar-mos as nossas coisas, seguimos para fora dali.

encerrado.

Depois de falar com Aixa, vesti algo fresco para ir para a praia. Preocupei-me mais em sair de casa com uma das minhas câmaras pequenas, nunca se sabia se pelo caminho encontraria algo para fotografar.
Fui na minha moto até à praia e esperei pela minha amiga perto da entrada da praia. Aproveitei para testar umas coisas com a minha câmara.

Depois de um bom banho e uma roupa vestida, peguei na minha mala e segui até à praia. Tinha sorte que a loja de aluguer do meu irmão, era próxima da praia. Assim poderia apanhar boleia, à vinda para casa. O meu humor já estava muito melhor. Aquele episódio com o professor não haveria de se repetir. Ele tinha-me irritado à séria.

Passado um bocado captei Aixa na minha objectiva. Acenei-lhe e fui ter com ela. - Hey! - Cumprimentei com um abraço e com um beijinho - Como estás?