Sala de estar

Os dias foram passando e entretanto, acabei mesmo por organizar a festa de que o Declan tinha falado no dia em que eu fui à empresa ter com ele. Tinha-se passado já mais de uma semana e por isso, tinha tido tempo suficiente para pensar em tudo. Além disso, este fim de semana os meus pais não iam estar em casa e por isso era tudo melhor e muito mais fácil.
Fui sorrindo e comprimentando as pessoas à medida que iam chegando.

Assim que acordei, finalmente era fim de semana para poder ficar a dormir até mais tarde, fui tomar um duche e vestir-me. Ainda procurei pela casa mas parecia que mais uma vez estava sozinho. Aquela casa ultimamente parecia uma seca, de casa de festa tinha-se tornado a casa da seca. Escrevi num papel que tinha ido à festa da Emery e para eles aparecessem, caso lessem o papel. Depois de deixar o mesmo no hall, agarrei no telemóvel e nas chaves do carro e saí de casa. Assim que estacionei o carro, vi montes de pessoas a entrar em casa da Emery. Estar ali fazia-me lembrar a minha casa mas não tinha saudades nenhumas, era apenas uma lembraça - Bem, parece que conseguiste organizar uma festa quase tão boa como as minhas. - provoquei com um meio sorriso assim que me aproximei da Emery.

Olhei para trás quando de repente ouvi a voz do Declan e esbocei um sorriso.
- Tinhas duvidas de que ia conseguir? - perguntei ainda com um sorriso. - É não é quase tão boa como as tuas. É igualmente boa. - retorqui agora com um ar mais sério.

- Algumas dúvidas, sim. - brinquei com um meio sorriso. Abanei a cabeça - Hm, não, mesmo quase tão boa como as minhas. - entrei para dentro de casa para não instalar ali o caos à porta para quem queria entrar - A pior parte é a de fazer de porteiro. - encolhi os ombros - Espero que não tinhas deixado nada das coisinhas finas dos teus pais à vista porque já sabes como é que isso acaba.

Fiz-lhe cara de má e entrei também atrás dele para dentro de casa. Deixei a porta aberta para que as pessoas que viessem fossem entrando, sem eu estar ali a recebê-las.
- Claro que tirei as coisinhas importantes deles daqui. Não podia correr o risco de estragar tudo e ficar o resto da minha vida de castigo.

Ri-me e assenti com a cabeça - Já é de admirar os teus pais te terem deixado dar uma festa, se chegassem com a casa num caos estavas mais do que de castigo. - mexi-lhe no cabelo e voltei a rir - Viravas a rapunzel. Felizmente tens o cabelo comprido, sempre podias deixar alguém entrar pela janela do teu quarto.

- Ah podes ter a certeza de que estava mesmo. - disse com um encolher de ombros. Mas tudo iria correr bem, e quanto a festa terminasse a casa ia estar direitinha como se nada se tivesse passado. Ri-me do que ele disse. - E esse alguém eras tu? - perguntei no gozo.

- Não vou ajudar a limpar. - disse logo sorrindo apesar de ser mentira. Claro que a ajudava a limpar, a coitada já tinha limpado a minha casa depois das festas mais vezes do que as que eu me podia lembrar. Caminhei até à sala de estar e agarrei em duas cervejas, estendo-lhe uma delas - Eu? Claro que não. Eu entrava pela porta da frente mesmo à príncipe encantado.

Encolhi os ombros quando ele disse que não ia ajudar a limpar e segui com ele para a sala de estar. Peguei numas das cervejas e ri-me levemente.
- Os meus pais não te iam deixar entrar. - retorqui rindo-me levemente.

- Claro que iam. - dei um gole na minha cerveja e atirei-me para o sofá que ainda se encontrava vazio, era melhor aproveitar - Eles adoram-me. - pisquei o olho com um sorriso nos lábios - Se eu dissesse que tomava conta de ti, eles até te deixavam sair do quarto uma vez por dia. - provoquei olhando-a.

- Hm duvido um bocado disso. - retorqui e acabei por me sentar a beira dele no sofá. Mantive a minha garrafa de cerveja na mão e fui bebendo da mesma aos poucos. - Se ficassem mesmo muito chateados aposto que nem tu tinhas sorte. - disse.

- Não duvides da minha enorme capacidade de encanto. - mexi as sobrancelhas com um sorriso e encostei a cabeça ao sofá - Conseguia sim, ias ver. - bati com a minha garrafa na dela antes de beber outro gole da minha cerveja - Então, o que é que fazem da tua festa uma festa melhor que a minha?

- Hm então gostava mesmo de ver isso. - disse com voz de gozo e ri-me levemente. Voltei a levar a garrafa à boca e bebi alguns goles. - Então, muitas coisas, e basta a festa ser minha para já ser melhor do que a tua. - provoquei com um sorrisinho nos lábios.

- Tu é que sabes onde é que escondeste as coisas. - disse com um encolher de ombros - Podes sempre ir buscar a jarra preferida da tua mãe e parti-la. Castigo certo e depois vêmos se eu tinha ou não razão. - disse sorrindo. Bufei com o que a Emery disse - Claro que sim. Ser tua não quer dizer nada até porque a maioria das pessoas que veio à tua festa, tu conhecê-las graças a mim e às minhas festas.

- Não vou arriscar fazer isso. - acabei por me rir e recostei-me para trás no sofá. Encolhi os ombros com o que ele disse. - Não interessa, a minah festa não deixa na mesma de ser melhor do que as tuas. - disse apenas para gozar e me meter com ele.

- Eu acho que devias. - disse seriamente apesar de estar a gozar - Adoro quando mostro às pessoas que tenho razão. - semicerrei os olhos assim que ela continuou a insistir e depois de pousar a garrafa agora vazia de cerveja na mesa de apoio, agarrei numa das almofadas e atirei-lha para cima - Não, as minhas festas continuam a ser melhores.

Fiz-lhe uma careta.
- Eu também adoro mostrar às pessoas que tenho razão. - resmungo e agarro na almofada que ele me atira. - Está quieto. - digo e pouso-a ao meu lado. Continuo a beber da minha cerveja e reviro os olhos. - Como queiras, chato. - digo com um encoler de ombros.

- Mas tu nunca tens razão. - provoquei com um meio sorriso. Dei mais um gole na minha cerveja antes de pousar a garrafa vazia na mesinha de apoio que se encontrava à nossa frente - Eu sabia que era uma questão de tempo até concordares comigo. - pisquei-lhe o olho com um sorriso.

- Eu não estou a concordar contigo, apenas me fartei de repetir a mesma coisa. - digo num resmungo e acabo de beber a minha cerveja. Olho para a mesa onde estão expostas as bebidas e reparo que já restam muito poucas. - É preciso mais bebidas. - levanto-me de ronpante e olho para Declan. - Anda comigo buscar, por favor. - peço.

- Isso é porque sabes que eu tenho razão. - sorri e deixei-me estar sentado no sofá até a Emery se levantar a dizer que precisava da minha ajuda para ir buscar mais bebidas - Venho à festa e ainda tenho que fazer de criado. - resmunguei apesar de não me importar minimamente, era mesmo só para me meter com ela.

Revirei os olhos e nem sequer lhe respondi.
- Eu sei que não te importas, anda. - agarrei-lhe na mão e puxei-o para que se levantasse. - Não quero que as pessoas fiquem sem bebidas, senão ainda se vão embora. - ri-me levemente.

- E depois dás-me razão que a minha festa é melhor que a tua. - provoquei com um sorriso nos lábios e deixei que ela me puxasse até não sei onde para ir buscar as bebidas - Cá para mim queres é levar-me para um cantinho qualquer. - segui-a e quando passei por uma mesa com comida, tirei um montinho de batatas fritas.

- Não dou nada. - digo olhando para trás e continuo depois a andar em direcção à dispensa, local onde as coisas para a festa estão guardadas. Abro a porta assim que lá chegámos e entro naquele minúsculo cubículo. Aquilo é tão pequeno que nem sei como as coisas cabem lá todas.

Parei assim que ela abriu a porta de uma dispensa minúscula e juntei as sobrancelhas - Não podias ter as coisas num sítio mais pequeno? - perguntei num tom de gozo mas estava a falar a sério. Odiava espaços apertados e aquele era mais que apertado - O que é que precisas de levar? - perguntei entrando com cuidado.