Aeroporto

Relembrando a primeira mensagem :

Imagem aqui

- Eu podia construir a minha carreira na Australia. - e eu sabia que não era mesma coisa, mas faria-o, só para ficar perto dele. - E depois? Eu nem sei se quero realmente isto. Se isto foi a escolha certa, porque é que sinto sempre um vazio cá dentro?

Esbocei um sorriso trocista - Não seria a mesma coisa e tu sabes. - Odiava tê-la feito duvidar do seu propósito  - É aqui que devias estar, Aixa. Com o teu talento, não duvides.

Era ali que devia estar, mas não era ali que eu queria estar. Ou pelo menos, não agora. Mordi o lábio inferior. - Vais voltar? - porque é que eu ainda me dava ao trabalho de lhe perguntar aquilo?, pensei.

Quando comprara as passagens para Nova Iorque, tinha sido de ida e volta. - Não tenho nada que me faça voltar. Nem neste momento tenho algo para aqui ficar.

Afastei a minha mão da sua. Mais uma vez, as suas palavras acertavam em cheio no meu peito. - Hum.. tudo bem.. Se já conversámos tudo, eu vou-me embora.

Segurei-a pelo antebraço antes que se fosse embora - Neste momento tens as tuas coisas. Não posso largar tudo se não souber se terias uma chance real aqui. 

- Eu não te estou a pedir para largares tudo.. Não te estou a pedir para te mudares. - suspirei. - Que chance real? Conseguirias um trabalho em qualquer escola.

- Sabes muito bem que não é o trabalho que me interessa - Trabalho tinha eu na Austrália. A única coisa que me faria ficar era ela.

- Eu quero estar contigo. - olhei-o nos olhos. Não tinha duvidas do que sentia por ele. Era algo que nunca sentira por ninguém. - Eu gosto de ti Trevor.

- Não acreditas em mim? - olhei-o incrédulo. Peguei nas minhas coisas e saímos dali. Tanto tempo naquele café tinha-me feito esquecer de como estava frio la fora.

- Não é isso - Respondi assim que saímos. Fomos caminhando pelos passeios de Nova Iorque até chegarmos a um pequeno jardim. - Aquele rapaz... aquele teu par, não é teu namorado?

Coloquei as mãos dentro dos bolsos. O jardim à nossa volta estava repleto de neve. As luzes iluminavam-o, parecia mais bonito do que já era. - Não. Nós não temos nada. Depois de ti, não houve mais ninguém.

Não tinha esperado que ela não procurasse ninguém mas fiquei extremamente agradado com esse facto - Eu tambem não tive mais ninguém - Confessei - Sei que é dificil de acreditar. 

Era difícil de acreditar, sim, mas não impossível. Fiquei agradada em ouvi-lo, acho que o sorriso que tentava esconder, demonstrava isso. Mordi o lábio inferior.

Era por não ter desejado ninguém no último ano que também tivera certeza de que devia vir até aqui, pelo menos ver Aixa mais uma vez. Era assustador o quanto a desejava - Nunca saíste dos meus pensamentos.

Eu guardara-o sempre no meu coração. Tentar esquecê-lo não era fácil e não era em um ano que o conseguiria fazer. Encolhi os ombros. - Tenho saudades tuas Trevor.. - murmurei.

Puxei-a pelo  braço e trouxe-a até ao meu colo. - E eu tuas, Aixa, e eu tuas - Subi a minha mão até ao seu rosto e acariciei-as.

A minha face voltou a aquecer. Pousei uma mão em cima da sua e sorri. Tinha saudades de estar assim, tão perto dele. Aproximei-me lentamente dele e beijei-o.

Eu sentira imensas saudades do toque dos seus lábios. Tentei não tornar aquilo num beijo esfomeado e devorador porque estávamos em publico. - oh Aixa... - voltei a beijá-la.

Comecei-me a rir. Como era bom ter novamente os seus lábios junto dos meus. Rocei o nariz ao seu e voltei a beija-lo. - Eu amo-te. - admiti.

Arregalei os olhos quando ela disse que me amava. Pensei mesmo que tinha ouvido mal, por isso fiquei ali a olhá-la que nem parvo.

A cara dele fez-me rir. Não sabia bem se por nervosismo ou por achar divertida a situação. - Estraguei tudo, não foi? - suspirei.

Abanei a cabeça - Não, não... Não de todo, Aixa é só que... Tens a certeza? -Inquiri porque não aguentaria levar as suas palavras a peito e depois revelar-se apenas uma ilusão.

- Claro que sim.. - eu sabia o que sentia por ele. E era mais forte do que outra coisa. O meu coração acelerava sempre que estava com ele, sempre que pensava nele. - Nunca disse isto a ninguém.