Quarto

- Hum.. - acenei com a cabeça. Concordava com aquilo. Mas continuava curiosa e talvez fosse demasiado. - Mas também podias ser dançarino.

- Mas não quis - Sobre aquilo já queria falar. Depois de tudo o que me acontecera, assentar num sitio fixo tinha sido o melhor.

- Porque não? És suficientemente homem das cavernas, forte, para aguentares criticas e tubarões. - fiz um sorriso torto. E depois, ele dançava mais do que bem.

Soltei uma gargalhada baixa - Achas que tenho medo das críticas?  Não tenho - Só a ideia dava-me vontade de rir. Eu fazia aquilo que queria, quando queria, como queria. Independentemente daquilo que dissessem.

- Eu nunca disse isso. - revirei os olhos. Mas no meu caso, custava ouvir certas críticas. E isso devia-se à minha perna.

- Pareceu - E no fundo ela dissera um pouco daquilo.  - Simplesmente achei que não bastava ser dançarino. E um dia? Tudo podia acabar. Para além disso ainda faço alguns trabalhos como dançarino, só não me vou meter numa companhia nem andar por aí a dançar.

- Tudo um dia pode acabar. - ri-me. Não era apenas a carreira de um dançarino. Mas claro, haviam certas diferenças e eu entendia. - Mas, tudo bem..

- Claro, eu sei, mas não me queria preocupar com uma carreira dessas - Havia dançarinos que conseguiam, outros que não. Eu não me interessara em saber como me sairia. - E tu? Porque queres ser dançarina? - prossegui com a massagem.

- A dança foi o único refugio que arranjei depois do acidente. - fiz uma careta. Não sabia ao certo o que dizer. - Eu adoro dançar. Assim que pisei um palco, soube logo que aquilo era para mim. E depois.. hum.. é tão bom poder transmitir emoções desta maneira. 

Ouvi-a com atenção. Eu também sentia aquilo que ela sentia, mas as atenções do palco já eram para mim - Com sorte, tens uma boa carreira e não tens de te preocupar com as chatices do costume.

- Err.. com sorte. - suspirei. Eu tomar a dança como carreira. Se não o conseguisse, não sabia ao certo o que faria da vida. Mas não ia pensar naquilo. Apanhei o meu cabelo.

- Ainda não estás descontraída - retorqui.
Massajei as suas pernas. Os musculos estavam doridos, percebia-se.

Quase que me voltei a engasgar novamente. Afastei a minha perna das suas mãos. Não gostava que me tocassem nela, no entanto, não foi esse o motivo. - Deixa estar. Eu estou bem. Não preciso disto.

Eu nem chegara a tocar nas cicatrizes dela. Não gostava que ela me afastasse - Precisas, sim. Agora fica quieta.

Revirei os olhos e afundei a cabeça na sua almofada. Não ia insistir. Ele era tão teimoso que chegava a chatear.

Melhor agora. Pus mais algum óleo nas pernas e continuei. As minhas mãos fizeram magia nos seus músculos cansados. Quando ela já estava descontraía, passei sugestivamente as minhas mãos pelo interior das suas coxas.

Ele era realmente bom naquilo e senti-me a relaxar da melhor maneira possível. Mas o meu corpo ainda não estava de todo habituada ao seu toque. Ainda me arrepiava.

A sua pele reagir de forma engraçada ao meu toque. Não me fiquei por ali. Também passei as minhas mãos pelas nádegas do seu rabo.

- Hey! - resmunguei e afastei as suas mãos do meu rabo. Senti-me a corar momentaneamente. - Não faças isso.

Ri-me - Fazer o quê?
Não era nenhum sitio onde eu não tivesse tocado antes.

- Não tem piada. - revirei os olhos. E ele sabia perfeitamente o que estava a fazer. Sabia até de mais. - Isso.. tira as mãos do meu rabo.

Acabei por tirar. Dei a massagem por acabada. Deitei-me do outro lado da cama, mas virado para cima - Só vieste aqui porque te passou pela cabeça?

Ficava mais contente por ele ter tirado as suas mãos do meu rabo. No entanto, continuei de barriga para baixo. - Hum.. rum.. porque mais seria?

- Porque digamos, não somos particularmente "buddies". - E ela viera para minha casa e não queria que achasse que queria sexo?

- Foste tu que me puxaste para o teu quarto. Eu ia-me logo embora. - revirei os olhos. E achava que talvez estivesse na altura de o fazer.