Aeroporto

Relembrando a primeira mensagem :

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Eu ia ficar no quarto porque, bem, não estávamos propriamente com a melhor das apresentações. Mas depois, espreitando pela porta, vi que era o tal moço, Chris. Ri-me. Vesti as calças apenas, fiquei de tronco nu. Apareci atrás de Aixa, abraçando-a.

Eu estava sem saber o que dizer. Quando Trevor me abraçou, senti a minha face ganhar um certo tom.. Pude ver a raiva trespassar o olhar de Christopher. - Rrr.. Não sabia que estavas acompanhada.. Sou o Chris.- vi-o entender a mão a Trev.

- Blake. Trevor Blake - Respondi,apertando-lhe também a mão mas comum olhar intimidante. - Creio que já nos tinhamos cruzado.

- Creio que sim.. - Acho que ele se apercebeu de quem Trevor era. - Blake.. Hum.. Esteve na academia, não foi?! - olhei para aqueles dois. Academia? Hum? O que é que eu estava a perder?!

Não esperava que reconhecesse o meu nome. Eu fizera, efetivamente, parte da Academia mas fora há mais de 13 anos - Sim, já há muito tempo. 

Chris voltou a olhar para mim e antes que voltasse abrir a boca, antecipei-me. - Falamos amanhã ok?! - não lhe dei muito espaço de manobra. Fechei a porta, assim que se foi embora. - O que foi isto? - referia-me ao seu abraço, aquela mini conversa, tudo.

- O que é que foi o quê? - Perguntei descontraídamente, não percebendo onde ela queria chegar. Encolhi os ombros.

Encostei-me à porta e cruzei os braços ao peito. - Isso.. - apontei para ele. Vê-lo apenas de calças despertava em mim um certo desejo. Mordi o lábio inferior. - Tu a aparecer e a tomares-me nos teus braços como se nada fosse. Sabes que ele pensava que eu era virgem? - cocei o couro cabeludo.

- A sério? - Perguntei em exclamação porque, apesar do ar inocente, havia uma centelha de luxuria no olhar dela.

Abanei a cabeça e ri-me. Chris tinha uma ideia um pouco diferente da realidade sobre mim. - Ainda não respondeste à minha primeira pergunta. - aproximei-me dele e beijei-o. - E que história foi aquela da academia? Estiveste lá e nem me disseste?

Não era como se eu lhe tivesse que contar tudo sobre mim. Aliás, havia muito que ela não sabia - Estive na Academia quando tinha 17 anos. Era bastante bom e mantive contacto com algumas pessoas daqui. Foi por isso que na altura das bolsas me pediram para estar presente. 

Agora sim, compreendia certas coisas. No entanto, ele continuava a não responder àquilo que eu tanto queria. Acabei por esquecer o assunto. Aproximei-me dele e beijei-o. As minhas mãos percorreram o seu peito desnudo. -Estou cansada, preciso de um banho.. Vens comigo?!

Não eram temas de conversa que eu gostava de aprofundar por isso fiquei satisfeito com a sua mudança de assunto - Hum...nenhum homem neste planeta poderia alguma vez dizer não a isso.

Sorri abertamente e levei-nos até à casa de banho. Claro que aquilo foi mais do que um simples duche. Não havia como resistir. Depois de algumas horas gastas com puro sexo, dei por mim deitada na cama, prestes a adormecer. Amanhã seria um longo dia.

Estar deitado na cama com ela nos meus braços era uma sensação que sentira muita, muita falta. Desta vez era ainda melhor porque há um ano atrás tínhamos ocultado o mais importante, que nos amávamos. Agora sabíamos. Beijei-a no topo da cabeça - boa noite, Aixa...

- Boa noite Trev.. - e em poucos minutos adormeci. E dormi tão bem. Passei a noite como há muito não acontecia. Acordei de bom humor e ver Trevor a meu lado, só o intensificou.
Hoje era um dia especial. O espectáculo seria no início da noite. Eu estava mais do que preparada, sentia apenas um nervoso miudinho. Passei o pequeno almoço com Trevor, mas a meio do dia tivemos que nos separar. Não havia um minuto que não tivesse certeza que o amava. Quando o céu começou a escurecer, segui até à academia. Era num dos seus grandes palcos que eu ia dançar.

Provavelmente estava a ter um dos melhores dias da minha vida. Não me recordava de acordar tão feliz como acontecera naquela manhã. 
Depois de voltar para o meu quarto de hotel, arranjei-me para a noite. Vesti-me adequadamente com um fato e sapatinho engraxado. Não era um evento para menos. Como não podia visitar Aixa antes do espectáculo, arranjei forma de que lhe fosse entregue uma rosa com uma etiqueta escrito por mim.

Estarei a ver-te maravilhado da primeira fila. Amo-te.
Trev.

Os meus olhos brilharam quando recebi a rosa e li o seu recado. Eu estava tão, mas tão apaixonada, que não conseguia parar de sorrir.
A faltar poucos minutos para começar, juntei-me a Chris. Ele estava um bocadinho constrangido ainda pela noite de ontem, mas era profissional e não ia deixar que nada disso estragasse aquele espetáculo. As cortinas abriram e a noite começou.

Eu estava nervoso e nem ia dançar. Sentado numa das cadeiras das filas medianas (não conseguira para a primeira), estava constantemente a mudar de posição até que as luzes baixaram e ficaram somente a iluminar o palco - boa sorte - murmurei, esperançoso que tudo corresse bem para Aixa.

Nós seríamos os segundos a entrar em palco. O nervosismo voltou. Acho que o meu era mais acentuado que o de Chris. Mas então consegui ver Trevor, Natasha também e outros amigos algures e isso deu-me força suficiente para esquecer qualquer coisa e me focar na dança. A nossa vez altura chegou e arrasámos. Como em todas as outras vezes que voltámos ao palco.

O espectáculo tinha sido incrível, nunca me tinha sentido tão bem como agora. Estávamos todos de parabéns. Depois de uma mini comemoração, cada um foi para os camarins. Tínhamos que estar todos minimamente apresentáveis para a recepção que ia haver no salão. Tomei rapidamente um banho e vesti-me. Deixei as minhas coisas juntas às dos meus colegas e amigos e seguimos todos juntos para o salão.

Eu tentei controlar as minhas emoções, enquanto ia em direção a Trevor. Ele não fazia ideia do quanto mexia comigo.
Pelo caminho ainda recebi muitas felicitações. - O senhor professor gostou? - apanhei um dos copos que ele trazia, apesar de nem beber muito. - Obrigada pela rosa e pelo bilhete. - mordi o lábio inferior. De certa forma, dera-me sorte.

Ela era mesmo linda, pensei enquanto a via vir na minha direcção. Esbocei um sorriso largo e brilhante quando por fim chegou perto de mim - O senhor professor gostou muito - Disse. Mais tarde, noutro sitio mais intimo, dir-lhe-ia o quanto tinha gostado - Só tenho pena de não ter mais rosas para te dar neste momento. - Seria errado beijá-la ali mesmo?