Aeroporto

Relembrando a primeira mensagem :

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Acabei por me rir. - Não é preciso, deixa estar. - esperava que aquele problema não nos afectasse como par. Como não havia sinais de Natasha em casa, supôs que a loira já se tivesse ido embora. Ela voltaria dali a uma semana mais ou menos, mesmo assim, queria ter-me despedido dela.

Aborreci-me rapidamente a ver televisão. Fui dar uma olhadela à cozinha - Já apanhaste o jeito para a cozinha? - Se bem me recordava, ela não era lá muito boa cozinheira.

- Não diria tanto, mas até me safo. - era Natasha quem cozinhava mais vezes e com o tempo, acabara por me ensinar algumas coisas. - Mas ainda não peguei fogo à casa, por isso... - fiz uma careta.

- Bom, se ainda não pegaste fogo à casa já é um começo - Ri-me, olhando para ela divertido - O que estás a fazer? Posso ajudar?

- Uns ovos mexidos e bacon. - fiz sinal para se aproximar. Ainda estávamos a tempo para o pequeno almoço. - Há ali laranjas, podes fazer um sumo. - sorri abertamente.

- É por isso que cheira bem - Sorri.
- Ok - Fiquei agradado por ter algo para fazer. Cortei as laranjas e comecei a fazer o sumo.

Os ovos mexidos e o bacon ficaram prontos. Juntei-lhe uns morangos com uma geleia por cima e aprontei tudo num prato. Com o sumo que ele fez, estávamos prontos para comer. Fomos fazê-lo para a sala e ficámos entretidos a ver televisão.

Aquilo parecia tão natural, tão normal... Parecia certo. No entanto as palavras da minha irmã assombravam-me a felicidade - O que é que achas que a Natasha pensa disto..de nós?

Eu ainda não tinha falado com Natasha à cerca daquilo. Seria meio constrangedor. - Sinceramente não sei. Mas ela parecia animada no dia em que nos viu. - e apesar de não a conhecer muito, esperava que nos apoiasse. - Porquê?

Podia ter parecido animada, mas eu sabia que não era como ela realmente se sentia. - És praticamente da idade da minha irmã. Sei lá, pode ser estranho.

- Maybe... Só não quero que ela me passe a odiar ou algo do género. - Natasha era apenas dois anos mais velha, no entanto, eu sabia o que era sentir ciúmes de um irmão. E esperava que não fosse o caso. - E depois, a idade nunca nos impediu de nada.

- Como é que alguém te poderia odiar? - Tranquilizei com um sorriso. - És a melhor pessoa que conheço.
A mim a idade não me preocupava - Pois não. Mas há quem não veja da mesma maneira. Que se lixem.

As suas palavras fizeram-me sorrir. - Bem, as minhas colegas de turma odeiam-me. - ri-me. E depois lembrei-me de Chris e fiquei tensa. Ele não achava correcto a minha relação com Trevor. - Hum... sim, que se lixem.

- Mas isso é porque és muito melhor do que elas. É inveja. - Disse. Sorri para ela e terminei os meus ovos mexidos.

- Sim, tens razão. - eu sabia o valor que tinha, aquele ano em Nova Iorque ensinara-me isso. Terminei de comer pouco depois dele e aninhei-me no seu colo. Beijei a sua face e o seu pescoço.

Apreciava aquele momento. Passei os meus braços por trás colocando-os na sua cintura. Acariciei o seu rosto. - Vou ter que arranjar algum apartamento aqui em Nova Iorque.

Juntei as sobrancelhas. Senti-me mais feliz do que nunca. Ele ia mesmo mudar-se para Nova Iorque. - Bem, o prédio ao lado tem um apartamento disponível para venda. - mordi o lábio. - Mas podes ficar aqui, enquanto não encontrares nada que te agrade.

- Obrigada pela oferta. Tornava-se muito caro manter um quarto de hotel - ri-me. No dia seguinte ia tratar de ver casas para alugo - Só tenho um problema.

Eu ia adorar dividir o apartamento com ele, mesmo que fosse só temporariamente. - Ai sim? E qual é? - não havia nada que conseguisse pensar como problema.

- O Kaik. Como raios o vou trazer para aqui? Odeio a ideia de o ter preso numa caixa durante um voo de tantas horas - respondi.

Eu tinha tantas saudades do Kaik e das suas partidas. Aquele cãozinho era uma delicia. Sentia-o como se fosse um pouco meu. - Eu... eu não sei. - cocei o couro cabeludo. - Não estás a pensar em deixá-lo lá com alguém ou estás?!

- Deixei-o num canil especial estes dias - respondi. O que ia dizer a seguir podia não agradar-lhe - tenho um voo marcado para amanhã. Regresso a Feeny, empacoto as minhas coisas e trago o Kaik. Volto numa semana.

- Oh.. - ia ficar sem o ver durante uma semana. Aquilo entristecia-me, mas ao menos tinha a garantia de que o voltaria a ver. - Ao menos não é um ano. - brinquei.

- Ao menos não é um ano - Concordei. Jamais queria voltar a estar tanto tempo afastado dela. - Vou ficar cheio de saudades tuas.

Não queria pensar naquilo. Estar afastada dele era demasiado doloroso. O lado positivo era que uma semana passava rápido. - Eu também. Tuas e do Kaik. - sorri.