Praia

Ri-me.
-Não vejo qual é o problema.- disse-lhe virando-me outra vez para conseguir vê-lo assim que terminou de espalhar o creme.

Fiz cara séria quando ela olhou para mim e não disse nada, apenas permaneci calado enquanto olhava as pessoas dentro de água. Hoje estava tudo calmo.

Ri-me.
Continuei a apanhar sol.
-Não faças cara de mau.- toquei-lhe na barriga.- Isso faz rugas.

Fiz uma careta quando me tocou na barriga. - Não me toques na barriga, odeio isso. - admiti baixinho, ainda olhando para o mar.

Ri-me .
-Somos dois então.- encolhi os ombros.-Daqui a nada vou buscar qualquer coisa para comer, também queres?

Neguei com a cabeça à questão me que fizera.
- Não é preciso, eu só costumo comer uma sandes. - acabei por dizer.

-Achas que ia comer o quÊ?-ri-me.- Tenho um peso para manter e também nunca tenho muita fome. Deve haver aí um café que faz sandes ou assim.

- Sim, porque tu estás muito gorda. - revirei os olhos. Que mania das dietas que as raparigas tinham, até me metia nojo. - Vai ao 'Bar da Praia', faz umas baguetes mesmo boas. - aconselhei.

-Não estou, mas também não quero estar.- revirei os olhos. Levantei-me e fui buscar dinheiro.
-Até já-despedi-me dele.- Se quiseres alguma coisa manda mensagem.

Miudas! Suspirei e levantei-me indo para a minha barraca, onde me deitei um pouco.
Estava em hora de almoço... e acabei por adormecer.

Acabei por encontrar aquilo rapidamente e trouxe uma sandes e uma coca cola. Não encontrei o ste na areia por isso fui até á barraca dele e encontrei-o a dormir. Ri-me e sentei-me em cima dele dando-lhe festinhas no cabelo.

Acordei com alguém a sentar-se em cima de mim, olhei para o lado e vi Barbara.
- ahmm, és tu. - murmurei meio ensonado.

Acenti com a cabeça começando a comer a sandes.
-Dorme mais um bocadinho.

- Acorda-me depois. - pedi-lhe baixinho.
Estava mesmo cheio de sono.. acabei por adormecer rapidamente.

-Está bem- disse-lhe vendo-o a adormecer rapidamente. Terminei de comer tudo e vesti uma camisola dele que ele tinha para ali. Voltei a sentar-me em cima dele com cuidado e continuei as festinhas. A praia estava calma, mas qualquer coisa eu avisava-o.

Tinha dormido muito pouco as noites passadas, dai estar assim cheio de sono, o que me deixou a dormir como um verdadeiro anjinho, coisa que eu não era!

Ouvi a alguém a pedir socorro e levantei-me o ste estava a dormir e não acordava.
Vi uma miudinha, devia ter uns 5 anos, aflita numa zona que ela não tinha pé e vi que toda a gente me chamava e só aí percebi que a camisola dizia nador salvador.
"Inteligente, Barbara" -pensei começando a correr para a rapariga.
Não quis saber da camisola e fui buscar a menina trazendo-a para a barraca do nadador salvador e vi que o Stephan já estava acordado.
Sentei-a na minha toalha.
-Pronto já passou querida,dói-te alguma coisa?-perguntei-lhe sorrindo com ternura.
Ela acentiu com a cabeça e apontou para o pé.
Mexi-lhe no pé e ela disse "au".
Suspirei.
-Os teus pais?

Fiquei assustado quando vi a Barbara com a camisola de nadador salvador e com uma miudinha dentro da barraca. - Porque que não me acordaste'? - perguntei chateado com a situação. Observei a miuda e mexi-lhe no pé. - Foste picada por um peixe aranha.. - murmurei e assim que voltei a mexer no pé para lhe colocar pomada, ela começou a chorar.

Revirei os olhos.
-Eu tentei. Mas não acordavas e não ia deixar a miuda afogar-se.- disse-lhe irritada afastando-me dele e vi a miúda a chorar.- Está tudo bem.- acalmei-a.

Olhei para Barbara.
- Vai lá a cima ao bar, com essa camisola, pede gelo, e uma taça com água bem quente e sal. - pedi-lhe enquanto massajava o pé da pequena com pomada.

-Está bem.- disse-lhe revirando os olhos. Peguei nos chinelos e fui até ao bar. Peguei num saco gelo, na água quente e no sal e trouxe-a até á barraca.
-Quero a mãmã.-disse ela.

Coloquei o pé da pequena dentro da água quente com sal para lhe exatir o veneno do peixe, de modo a que já não lhe doesse tanto.
- Como te chamas? - e dito isto foi interrompido pelos pais da menina que pareciam mais apavorados que ela.

-Sophie.- disse ela e fez cara de dor quando pôs o pé dentro da água.
Olhei para os pais que vieram ter comigo bastante assustados, eu devia mesmo tirar aquela camisola.
-Não se preocupem está tudo bem, mas falem com ele por favor-pedi-lhes apontanto para o Ste.
-Muito obrigada.-o Homem agradeceu.

- Boa tarde. - sorri aos pais da Sophie enquanto lhe extrai-a o veneno. - Está tudo bem, só precisam de lhe aplicar uma pomada igual a esta 4 vezes por dia e gelo, até deixar de estar inchado. - expliquei e apliquei a pomada e dei um saquinho de gelo à pequena para aplicar no pé.

-Foi picada não foi? Oh Sophie eu disse-te para não andares descalça á beira mar.- disse a mãe.
-EU sei que não devo ser eu a falar, mas a vossa filha estava a pedir socorro numa zona onde não tinha pé.
-Oh...-disse o pai envergonhado.