Praia

Continuei a fazer-lhe cocegas por todo o lado.
- Retira o que disseste e eu penso em parar... - informei-a.

-Nunca!- gritei rindo-me mais.
Acabei ceder quando percebi que tinha de ceder.
-Para estúpido, pára!

Parei de lhe fazer cocegas quando ela disse o que eu queria.
- Assim gosto mais. - sorri e sentei-me ao seu lado, deixando-a liberta agora.

Estive quase para me levantar e sair dali mas não o fiz.
-Já te disseram que és estúpido?- perguntei-lhe irritada quando ele me libertou.

Neguei com a cabeça e deixei-me depois descair para trás, ficando com os braços a apoiar o meu corpo.
- Não, mas já me disseram que sou todo bom. - fiz um sorriso convencido.

Fiz uma careta, nunca na vida iria admitir tal coisa, só o conhecia á uns minutos e já tinha dado para perceber o tão estúpido e convencido ele era.
-Então digo-te eu. E espero que não estejas á espera que eu concorde com isso- refilei novamente.

Suspirei, só por suspirar e olhei o mar.
- És refilona, tu. - resmunguei também com ela.

-Refilona...- repeti num murmurio, olhei também para o mar e sorri ligeiramente sem que ele notasse quando ele suspirou- Já me chamaram muita coisa mas refilona nunca.

Gargalhei um pouco, sem que fosse muito alto.
- Então dá-me lá um exemplo. - pedi-lhe.

Um leve sorriso apareceu no rosto quando ele me pediu um exemplo.
-Já me chamaram Miss Perfeição mas também já me chamararam outras coisas que eu não gostei nada, tipo mimada. Eu sei que é um coisa que não ofende nada mas ninguém me chama mimada.- Resmunguei alto.

Deixei-a falar olhando para ela.
- Acho que Miss Perfeição não combina contigo. - fiz uma cara de como se a tivesse a avaliar. Daqui a nada estava a apanhar porrada dela.

Arqueei as sobrancelhas.
-Mas tu queres apanhar ainda hoje?

Fiz um sorriso angelical ao olha-la.
- Achas? Claro que não. - ri-me.

Revirei os olhos e detei-me na areia suportando o meu peso com os cotovelos.
-Estás te a ablitar a isso.- fiz cara de má.

Ri-me da cara dela e não disse nada.
Olhei o mar de relance e vi uns pequenos braços num sítio ainda que eu tinha pé, devia ser uma criança a precisar de ajuda.
Levantei-me o mais rápido que consegui e corri para a menina que estava a precisar de ajuda.

Levantei-me quando ele se levantou e mordi o lábio preocupada com a menina.
Assim que ele voltou com a rapariga nos braços olhei-a.
-Estás bem, onde estão os teus pais?-perguntei-lhe com uma voz doce.

Enrolei a pequena na toalha visto que a via a tremer, não sei se de medo ou de frio.
- Calma, sou o nadador salvador, como aqueles da televisão. - sorri à pequena. Eu adorava crianças.  -  Sou o Stephan.
A pequena agarrou-me ao meu pescoço e encostou-se ao meu peito, quente do sol. - Sou... a Jane... não sei dos meus pais..

Olhei para a pobre coitada e fiz-lhe festinhas no cabelo.
-Eu sou a Barbara- sorri-lhe e vi que ela ainda estava muito assustada.- Olha e que tal irmos comer um gelado todos para tu nos contares como são os teus pais e isso? - Olhei para o rapaz que ainda não sabia o nome.- Eu pago.- sorri-lhe pela primeira vez.

A pequeninha agarrava-se cada vez mais a mim. - Vai com ela, ela é uma fixe. - disse para a pequena. - Eu não posso sair daqui... - disse para Barbara. Tinha uma alta responsabilidade nesta praia, e a esta hora não podia mesmo sair da praia.

-Não te preocupes, eu não mordo-ri-me. Fiz com que ela fosse para o meu colo. - Que tipo gelados gostas Jane?- sorri-lhe. Olhei para o rapaz- Ainda não sei o teu nome mas descança.

Sorri a Jane. Pára, Stephan! Estás a dar cana que gostas demasiado de crianças!
Voltei a olhar para Barbara. - Stephan. - acabei por dizer.

Olhei para ele , Stefan, que se dá bem com crianças e é um estupido de primeira.
-Então adeus, Stefan.- Disse-lhe e levei a Jane até ao bar da praia, ambas pedimos magnuns de amêndoa.
-Então quantos anos tens princesa?- sorri-lhe.- Podes perguntar-me o que quiseres.

Olhei-as a ir embora e voltei a voltar com a minha atenção para o mar, acabando por me levantar e ir andar à beira mar.
Era tão estranho, a criança estar sozinha e não aparecerem os pais.

Acabei por falar com a rapariga durante algum tempo mas ela não dizia nada sobre os pais. Paguei os gelados e levei-a comigo a andar pela beira mar.

Acabei por avistar a Barbara ao fundo da praia, fui ter com elas.
- Então? - perguntei na esperança de ela já saber algo sobre a Jane.